domingo, 24 de outubro de 2010

A Devoradora de Homens - LF/FV







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"A Devoradora de Homens"


"Os saciados sempre cansados estão - quando muito - mortos".
- L.F.


Das profundezas de teu coração perverso
Onde aos desejos se apiedam os homens.
Devoraste infinitas paixões ao verso
D'esperanças amorosas que se consomem.

Ébrio de minhas maldades, ébrio d'amores
Embalde a Decifrar-te, Embalde à luta!
Dizei-me de lembranças canto tantas dores
De prazer e de amor a uma reles puta!

Teus lábios mordiscados por desejos e ilusões
Rubras palavras evaporaram uma massa virtuosa...
A iluminar-te a face bela, molhar-te trêmulas pernas
De vapor e de suspiros que emanavam a tênue goza. 

Insaciável quimera de lépidos seios
Dar-me-ei por inteiro a provocar-te a língua.
Amada de muitos que devoraste à míngua.
Olhais a mim e virais ao avesso.


LF/FV



Notas__________________
Índice das imagens em ordem:
1 - The Kiss of the Sphinx - Franz Von Stuck
2 - Norman Lindsay - The Sphinx - oil
3 - Sphinx - Marc Quinn, bronze 2005
4 - Oedipus and the Sphinx - Gustave Moreau
5 - Sphinx [Cleopatra] by Frantisek Drtikols. 1913 Oleo print, 30.4 x 41.2 cm.
6 - Sphinx

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

TEXTOS ANTIGOS: A Bacchante - L. F.



Brulloff Karl (1799 - 1852)
Silen, Satyr and Bacchanals
Sepia and pencil on paper, 1830s
The Russian Museum, St. Petersburg, Russia

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A Bacchante


"Não sabes, desgraçada, que os lábios
da garrafa são como os da mulher:
só valem beijos enquanto o fogo do
vinho ou o do amor os borrifa de lava?"
– Bertram

Eia! Libertina em trajes d’apuros
Na lava dos lábios um canto noturno
De vinho e de amor um belo convite
Cantai mancebos, cantai ao festim.

A boca que entreabre nos suspiros formosos
Não confessa tua negra sina ao final das lupercais.

Em teus seios libam a Baco,
Faunos faustos e lépidos Sátiros.
Quais sonhos esperam a noute
Para sobre o seio se libertarem?

Tuas noutes tem mil festins,
Vis almejos à corpos pálidos.
– Beba, beba dos lábios carmins,
Beba e cante em louvor a Baco!

– Chega de Sílfides, Dríades ou Nymphas
Que synrix só cante as perdidas em vinho,
Quê as taças só brindem belas às Mênades
Que tiram o homem do reto caminho.

(L. F.)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

TEXTOS ANTIGOS: Poema "O Vinho dos Mortos"

TEXTOS ANTIGOS

Poema 

"O Vinhos dos Mortos"



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O Vinho dos Mortos

Cantai pois! que a vida nesta imunda fibra não há mais de existir
Que antes, neste peito onde viste sereno leito amores alvorecer
E nua a virgem nua... lânguida, infante e pura. Ei-la em etéreo elixir
Evaporando feminis olores quais murchas, frouchas flores em seu corpo a jazer
Um canto de 
alegria a esta pele que se faz fria mas inda quente há de suprir
Lágrimas de beijos febris, almas de desejos vis, 
suspiros que hei de gemer...

Bebei pois! d'sta mente a lampa mas retirai da lúrida campa óssea taça!
Erguei-a! e admirai teu fim, um brinde à morte - tintim - que então possa brilhar
Em ti o que feneceu em mim: o fogo, vívido carmim requeimando pálida fronte.
"Tua mão se fez cabeceira e da alma do vinho enchera o vão que vermes enlaça
Teus lábios úmidos em sabor entornou-se-lhes túmido langor da virgem o manar
Tanta vida heis de ferver, esvair... neste jazigo desfalecer frenesis o vinho esconde."

Gozai pois! a carne das ninfas bêbedas que apetece ao que desejas oh, sê pã:
- Tocai a flauta e acompanhai o cântico de gemeres gozos enânticos, quantos deleites
Em teus suspiros de branda névoa quais em lençól que se entregam ninfas por delicias
Quantos deleites, vertigens... bebendo do leite das virgens ao osso da taça louçã
(...)


L.'. F.'.

domingo, 17 de outubro de 2010

TEXTOS ANTIGOS: Poema "Lacrimosa"

TEXTOS ANTIGOS

Poema

"Lacrimosa"




Lacrimosa

Amei-te entre os anjos que dormiam
Em mil floreios deslumbrantes
E as gotas que de meus olhos caiam
Banhavam minh'alma com quente sangue,
Sobre as luas que teus olhos refletiam
Em lençóis de estrelas decadentes.

Oh! Meu anjo etéreo do sepulcro
Quando tocar-me-ás os lábios dormentes
Há noutes decaio por teu mórbido vulto
Em desmaios flébeis de um coração silente
Nas manhãs, no semblante abate-me o luto
De ir-se com a noute teus beijos frios

Ah! Bela fulgura de anjos mortos
Desfaleço ao soar de teu suspiro,
Que é baixo, que é doce e melancólico.
Derramando lágrimas em teu vestido,
Nos joelhos macios em que me recosto
E no colo fremido de mórbidos ais!

Embebedem tua tez em suave fremido
A Bela face lacrimosa em ademãs diz - Mais!
Com voz langue e suave que sucede gemidos
Tão doces! Tão puros! Tão leves - Decai...

Por este palor que recobre fronte lacrimosa
Qu'em noturnas - derramei ao peito - lágrimas,
Cheirando o vaporoso perfume da morte a rosa.
E maculando na face, deste amor, a mortalha,
Noite que, desvaira o coração trespassar
No leito sombrio da virgem airosa.

Lindas pomas borrifadas por respingos de amor,
Meus lábios gemicantes, queimosos balbuciam.
Inda mais alva em reflexos do lunar palor,
Na rósea pele clareava em olhares que morriam,
Como seus negros cabelos soltos, ao langor
Dos meus suspiros, a minha face escurece...


L.'. F.'.

TEXTOS ANTIGOS: Abertura de "Elegias a Deusa"


TEXTOS ANTIGOS

Abertura de "Elegias a Deusa"

e


 - Rosa Negra -




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"Nesta parte estarão as mais  belas  nênias  dedicadas à  Deusa. Abrirei um espaço para os, também belos poemas, de escritores natos como idem aos imortais e malditos da Literatura Universal. Desejo-lhes uma bela leitura e se possível, terno desvaire. Peço-lhes que se ao mavioso  momento  desejarem imprimir uma lembrança a vós, guardem com carinho o nome do autor da obra e, encarecidamente,  não cometam o plágio, este ato só reflete a incapacidade e derrota humana diante  da  própria personalidade e auto-estima."




Rosa Negra


Quando em meu sagrado putrefar
Rosas negras nasceram em mim
Meu coração pôs-se a vermes palpitar
Como o sangue quente que vos bebi.

Desabrochando sobre a carne lutulenta
Embalsama delicado cheiro miasmal
Numa beleza violenta e imortal
Da Deusa minguante e macilenta.

Vens como uma morada de demônios,
repousar no meu túmulo vis amores.
Estremunhando minh'alma de doces sonhos
Com beijos defuntos de mil algores.

Os vermes se revolvem em tal amor
Sobre a gordura derretida e perfurada...
Quando, ó larva, teus beijos trarão algor
Novamente a essa amarela e fraca ossada?

L.'. F.'.

Sobre Poemas Antigos Postados na Internet

NOTA PÚBLICA SOBRE AUTORIA

Da autoria de propriedade intelectual

A cerca de 05 anos atrás fiz um sítio na internet a minha musa ultraromâtica. Além de vários textos, fotos e declarações expus diversos poemas de minha autoria, reconhecidos por testemunhas e também por provas factuais. A antiga hospedagem de sítios do Yahoo! nomeado de Geocites deixou de existir no ano passado. Re-posto aqui os poemas de minha autoria quais muitos findos apenas em meus enxertos guardados com segurança e em papel.

Esta é uma nota declarada publicamente sobre os poemas, poesias e todo tipo de texto de propriedade intelectual de Fabiano Vieira, Hecatus Refelibel, Jean Adarga Fermoselhe, Lord Fab ou apenas Fab Álvares Montelli, sendo seres reais, personagens literários ou personas criadas ou divulgadas no mundo virtual e real.

Não reconheço e não permito nenhuma divulgação de textos, imagens e pensamentos meus em forma alguma de comunicação sem minha ciência e autorização por escrito.

Textos antigos postados na internet serão acrescidos ao título a informação: "TEXTOS ANTIGOS" e ao fim o pseudônimo da persona criadora da Obra.

Att,

FV / LF / JAF / HR .