domingo, 26 de dezembro de 2010

Feliz Natal? - Um estudo sobre as comemorações do Solstício de Inverno

Feliz Natal?
 - 
Um estudo sobre as comemorações
do Solstício de Inverno.



Roma, Musei Vaticani: Roman Mithras, described as sol invictus

The image is a standard one of Mithras killing the bull in the Tauroctony.
This image is relatively simple and omits many elements found in other depictions. The killing takes place in a cavern.
Top left is Sol, recognisable by his flaming crown. Top right is Luna.



A palavra 'natal' do português já foi 'nātālis' no latim, derivada do verbo 'nāscor' (nāsceris, nāscī, nātus sum) que tem sentido de nascer. De 'nātālis' do latim, evoluiram também 'natale' do italiano, 'noël' do francês, 'nadal' do catalão, 'natal' do castelhano, sendo que a palavra 'natal' do castelhano tem sido progressivamente substituída por 'navidad' como nome do dia religioso.

A data de comemoração do Natal não é conhecida como o aniversário real de Jesus e pode ter sido inicialmente escolhida para corresponder com festival histórico Romano Saturnália[1] e com o solstício de inverno.[2]







As principais comemorações do Soltício de Inverno em diversas culturas por seéculos acabaram por caracterizar o dia 25 de dezembro como:


  • Mitologia celta - A Mãe Terra dá à luz a "criança Sol", que viria para anunciar um novo tempo.
  • Grécia antiga - comemoração do nascimento de Dionísio, deus do êxtase e do vinho.
  • Egito antigo - comemoração do nascimento de Horus, deus do Sol.
  • Índia antiga - comemoração do nascimento de Krishna.
  • Pérsia antiga - comemoração do nascimento de Mithras.

e por último na história:

  • Para os católicos, ortodoxos e protestantes, Natal, celebração do nascimento de Cristo;


Segundo certos eruditos, o dia 25 de dezembro foi adotado, para que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao "nascimento do deus sol invencível", que comemorava o solstício de inverno.


Les Saturnales - Antoine-François Callet


No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 23 de dezembro; era um período de alegria e troca de presentes, grandes banquetes, sacrifícios, às vezes orgias; os participantes tinham o hábito de saudar-se com io Saturnalia, acompanhado por doações simbólicas. Durante estes festejamentos vinha subvertida a ordem social: os escravos podiam considerar-se temporariamente homens livres, e como tal podiam comportar-se; vinha eleito, a sorte, um princeps - uma espécie de caricatura da classe nobre - a quem se entregava todo o poder. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude.


A descaracterização de uma celebração no Império Romano


Constantino I, também conhecido como Constantino Magno ou Constantino, o Grande (em latim Flavius Valerius Constantinus; Naissus, 272 — 22 de maio de 337), foi um imperador romano, proclamado augusto pelas suas tropas em 25 de julho de 306 e governou uma porção crescente do Império Romano até a sua morte.

O fato de Constantino ser um imperador de legitimidade duvidosa foi algo que sempre influiu nas suas preocupações religiosas e ideológicas: Primeiramente, ele apresentou-se como o protegido de Hércules, deus que havia sido apresentado como padroeiro de Maximiano na primeira tetrarquia; ao romper com seu sogro e eliminá-lo, Constantino passou a colocar-se sob a proteção da divindade padroeira dos imperadores-soldados do século anterior, Deus Sol Invicto, e por último, após a sua vitória sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio, em 28 de outubro de 312, perto de Roma, que ele mais tarde atribuiu ao Deus cristão, professou o Cristianismo. Assim, entrando na história como o primeiro imperador a professar o cristianismo.

Invictus (invicto) era um epíteto usado para várias divindades romanas no Império Romano. No calendário romano do início do Império incluem-se Júpiter Invictus e Marte Invictus. Este epíteto foi usado a partir da República tardia e ao longo do período Imperial para uma série de divindades, como Hércules, Apolo e Silvano[ 8 ],  e, também, de uma forma bem-estabelecida quando aplicado a Mitra por devotos romanos a partir do século II.

Assim, em vez de proibir as festividades pagãs, forneceu-lhes um novo significado, e uma linguagem cristã. As alusões dos padres da igreja ao simbolismo de Cristo como "o sol de justiça" (Malaquias 4:2) e a "luz do mundo" (João 8:12) revelam a fé da Igreja n'Aquele que é Deus feito homem para nossa salvação.

Segundo a Enciclopédia Católica (edição de 1911):
"A festa do Natal não estava incluída entre as primeiras festividades da Igreja ... os primeiros indícios dela são provenientes do Egito ... os costumes pagãos relacionados ao inicio do ano se concentram na festa do Natal".

Na mesma enciclopédia encontramos que Orígenes, um dos chamados pais da Igreja, reconheceu a seguinte verdade :
" ... não vemos nas Escrituras alguém que haja celebrado uma festa ou um grande banquete no dia do seu natalício. Somente os pecadores (como Faraó e Herodes) celebraram com grande regozijo o dia em que nasceram nesse mundo".

A Enciclopédia Britânica (edição de 1946) diz:
"O Natal não constava entre as antigas festividades da Igreja ... Não foi instituída por Jesus Cristo nem pelos apóstolos, nem pela autoridade bíblica. Foi tomada mais tarde do paganismo".

A Enciclopédia Americana (edição de 1944) diz :
"O Natal de acordo com muitas autoridades, não se celebrou nos primeiros séculos da Igreja Cristã. O costume do cristianismo não era celebrar o nascimento de Jesus Cristo , mas sua morte . ( A comunhão instituída por Jesus no Novo Testamento é uma comemoração da Sua morte).

Em memória do nascimento de Cristo se instituiu uma festa no século IV. No século V , a Igreja Oriental deu ordem de que fosse celebrada para sempre, e no mesmo dia da antiga festividade romana em honra ao nascimento do deus Sol , já que não se conhecia a data exata do nascimento de Cristo".

The New Shaff-Herzog Enciclopedia of Religious Knowkwdge (A Nova Enciclopédia de Conhecimento Religioso de Schaff-Herzog) explica claramente em seu artigo sobre o Natal:
"Não se pode determinar com precisão até que ponto a data desta festividade teve sua origem na paga Brumália (25 de dezembro), que seguiu a Saturnália ( 17 a 24 de dezembro ) e comemora o dia mais curto do ano e o nascimento do deus sol. As festividades pagãs de Saturnália a Brumália estava demasiadamente arraigadas aos costumes populares para serem suprimidas pela influencia crista. Estas festas agradavam tanto que os cristãos viram com simpatia uma desculpa para continuar celebrando-as sem maiores mudanças no espírito e na forma de sua observância. Pregadores cristãos do ocidente e do oriente próximo protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se celebrava o nascimento de Cristo, enquanto os cristãos da Mesopotamia acusavam os seus irmãos orientais de idolatria e culto ao sol por aceitar como cristã essa festividade pagã".

Tomemos nota deste fato importante. Estas autoridades históricas demonstram que durante os três primeiros séculos da nossa era, os cristãos não celebraram o Natal. Esta festa foi introduzida na Igreja Romana no século IV e, somente no século V, estabelecida oficialmente como festa cristã.

Neste processo a Igreja se "paganizou" e o mundo se "cristianizou"






Notas:
[1] Newton, Isaac, Observations on the Prophecies of Daniel, and the Apocalypse of St. John (1733). Ch. XI. A sun connection is possible because Christians consider Jesus to be the "sun of righteousness" prophesied in Malachi 4:2.
[2] The Christmas Season. CRI / Voice, Institute. Página visitada em 2008-12-25.
[3] http://www.netgospel.com.br/php/artigos/view.php?codigo=333&secao=17&colunista=19
[4] http://pt.wikipedia.org
[5] A verdade sobre o natal - Mauro C. Graner (Notas Bibliográficas da Enciclopédia Católica)
[7] http://pt.wikipedia.org/wiki/Constantino_I
[8] Hijmans, "The sun which did not rise in the east", p.124: Hercules lnvictus is also mentioned on coins, and on inscriptions he is almost as popular as Sol Invicnts. Other invicti on inscriptions include Jupiter, Mercurius, Satumus and Silvanus.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Interpol - Lights directed by Mr. Charlie White











Notas:

  • Imagens dos ensaios de Carly, Anja e Lilith em http://www.highglossdolls.com
  • Muito infelizmente não encontrei fotos estimulantes que constassem HOMENS com latex.



sábado, 4 de dezembro de 2010

As Dimenções Obscuras de Maurits Cornelis Escher

AS DIMENSÕES OBSCURAS
de Maurits Cornelis Escher

Self-Portrait 1929 Lithograph

Vida e Obra


Maurits Cornelis Escher (Leeuwarden, 17 de Junho de 1898 - Hilversum, 27 de Março de 1972) foi um artista gráfico holandês conhecido pelas suas xilogravuras, litografias e meios-tons (mezzotints), que tendem a representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e as metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes.

Na sua juventude não foi um aluno brilhante, nem sequer manifestava grande interesse pelos estudos, mas os seus pais conseguiram convencê-lo a ingressar na Escola de Belas Artes de Haarlem para estudar arquitectura. Foi lá que conheceu o seu mestre, um professor de Artes Gráficas judeu de origem portuguesa, chamado Jesserum de Mesquita.

Com o professor Mesquita, Escher aprendeu muito, conheceu as técnicas de desenho e deixou-se fascinar pela arte da gravura. Este fascínio foi tão forte que levou Mauritus a abandonar a Arquitectura e a seguir as Artes Gráficas. Quando terminou os seus estudos, Escher decide viajar, conhecer o mundo! Passou por Espanha, Itália e fixou-se em Roma, onde se dedicou ao trabalho Gráfico. Mais tarde, por razões políticas muda-se para a Suíça, posteriormente para a Bélgica e em 1941 regressa ao seu país natal.

Estas passagens por diferentes sítios, por diferentes culturas, inspiraram a mente de Escher, nomeadamente a passagem por Alhambra, em Granada, onde conheceu os azulejos mouros. Este contacto com a arte árabe está na base do interesse e da paixão de Escher pela divisão regular do plano em figuras geométricas que se transfiguram, se repetem e reflectem, pelas pavimentações. Porém, no preenchimento de superfícies, Escher substituía as figuras abstracto-geométricas, usadas pelos árabes, por figuras concretas, perceptíveis e existentes na natureza, como pássaros, peixes, pessoas, répteis, etc.


-----------------------


"Eu duvido que o público nunca vai entender, e muito menos apreciar,
quantas ginásticas do cérebro, fascinante para mim,
precederam a construção de um quadro como esse."



O desenvolvimento de sua arte


A partir de uma malha de polígonos, regulares ou não, Escher fazia mudanças, mas sem alterar a área do polígono original. Assim surgiam figuras de homens, peixes, aves, lagartos, todos envolvidos de tal forma que nenhum poderia mais se mexer. Tudo representado num plano bidimensional.




        

Cube with Ribbons, 1957, lithograph, 30.9 x 30.5 cm


      

Cubic Space Division, 1952, lithograph, 26.6 x 26.6 cm



    

Curl up, November 1951, lithograph, 17 X 23.2 cm 


        


Cycle, 1938, lithograph, 47.5 x 27.9 cm


    


Knots, 1965, woodcut, 43.0 x 32.0 cm


         


Moebius Strip I, March 1961, wood engraving and woodcut, 23.8 x 25.9 cm


         


Order and Chaos II (Compass Rose), 1955, lithograph, 27.2 cm (diameter)


       


Print Gallery, 1956, lithograph, 31.9 x 31.7 cm


           

Red Ants, 1963, woodcut, 45.3 x 20.5 cm


      


Sphere Surface with Fish, 1958, woodcut, 32 cm, (diameter)


     


Swans, 1956, wood engraving, 19.9 x 31.9 cm


      


Three Worlds, 1955, lithograph, 36.2 x 24.7 cm


      


Two Intersecting Planes, 1952, woodcut, 22.4 x 31 cm


   


Up and Down (High and Low), 1947, lithograph, 50.3 x 20.5 cm


       


Waterfall, 1961, lithograph, 38.0 x 30.0 cm



Ao tratarmos de dimensões obscuras, vemos aspectos de proporções que tendem ao infinito não formulado em nossa mente. Proporções estas que constroem o impossível no plano estático utilizando-se de sombras por meio da xilogravura (técnica de gravura na qual se utiliza madeira como matriz) e litografia (Essa técnica de gravura envolve a criação de marcas, ou desenhos, pelo princípio da repulsão entre água e óleo) forma imagens geométricas e figurativas criando gravuras com notável qualidade técnica e estética.



Hand with Reflecting Sphere by M. C. Escher 1935

Ascending and Descending by M. C. Escher 1960

Waterfall 1961 Lithograph


Three Spheres II 1946 Lithograph

Reptiles 1943 Lithograph

M. C. Escher - Still Life with Spherical Mirror, 1934, Lithograph

Eye 1946 Mezzotint, 7th and final stage

Relativity by M. C. Escher 1953
Tetrahedral Planetoide 1954 woodcut in green and black, printed from 2 blocks
Belvedere 1958 Lithograph

Bond of Union 1956 Lithograph
MC Escher - Adam and Eve


VÍDEO