quinta-feira, 21 de outubro de 2010

TEXTOS ANTIGOS: A Bacchante - L. F.



Brulloff Karl (1799 - 1852)
Silen, Satyr and Bacchanals
Sepia and pencil on paper, 1830s
The Russian Museum, St. Petersburg, Russia

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A Bacchante


"Não sabes, desgraçada, que os lábios
da garrafa são como os da mulher:
só valem beijos enquanto o fogo do
vinho ou o do amor os borrifa de lava?"
– Bertram

Eia! Libertina em trajes d’apuros
Na lava dos lábios um canto noturno
De vinho e de amor um belo convite
Cantai mancebos, cantai ao festim.

A boca que entreabre nos suspiros formosos
Não confessa tua negra sina ao final das lupercais.

Em teus seios libam a Baco,
Faunos faustos e lépidos Sátiros.
Quais sonhos esperam a noute
Para sobre o seio se libertarem?

Tuas noutes tem mil festins,
Vis almejos à corpos pálidos.
– Beba, beba dos lábios carmins,
Beba e cante em louvor a Baco!

– Chega de Sílfides, Dríades ou Nymphas
Que synrix só cante as perdidas em vinho,
Quê as taças só brindem belas às Mênades
Que tiram o homem do reto caminho.

(L. F.)

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