sexta-feira, 5 de março de 2010

Vênus venerada – L.F/F.V/J.A.F/H.R

"O Nascimento de Vênus"
William-Adolphe Bouguereau
Oil on canvas, 1879. 300 x 218 cm.
Musée d'Orsay, Paris, France
------

Vênus venerada

Teus olhos estendiam o azul do mar.
De horizonte a horizonte palia havia
A embuçada e morosa lua refletida.
Tão bela duma morta e branda beleza.
Sim, minha amada Tu és minha!

Teus cabelos pintavam d'escuro o céu.
Talvez doce em mel de perfume o ar.
Talvez feito vel qu'esconde a sina
Negra que fosse de eu aventurar.
Sim, minha amada Tu és minha!

Tuas pérolas argênteas luziam estrelas.
Teus colares, teus anéis, teus brincos
Tal cetim primaveril ao corpo tinha.
Inda mais ao sair do mar feito Vênus.
Sim, minha amada Tu és minha!


              A pele tão leve era Tua, A lua mais bela era Tua! Tudo Tu tinhas. Tudo Tu terás. O que mais hei de falar? Alva e tão suave nua. Os instintos mais primevos. Violentos e/ou doces; gentis, serenos e/ou impulsivos e espontâneos.  Despertando-os, despertando-os em mim. Tão ascos e desejosos ou necessários. O Amor & a Paixão. Faces de Vênus. Minha deusa mortal.


Ao Céu,
Às espumas de Urano.